sábado, 1 de agosto de 2009
A identidade da obra de arte
Cada obra é uma idéia única aprisionada numa técnica por um artista! Uma vez acabada, o que esta mais evidenciado: o criador ou a criatura? No instante que o artista a expõe, confere, de certa forma, uma autonomia a obra. Seu vínculo com ela passa a ser sua assinatura. Sua grandiosidade será dimensionada pela sua capacidade de interagir com o espectador. Nesse diálogo, a diversidade de olhares produzem interpretações diferenciadas do seu significado permanecendo, tecnicamente, a mesma composição.
Esse é um questionamento a cerca da possível identidade de uma obra de arte. Com ou sem título, ela vai se inserindo na história da arte como produto de um estilo ou de uma época. Se verificarmos o procedimento de estudo de um estilo, o objeto de partida é uma obra de arte. O artista é citado secundariamente. Isso fica bem evidente quando diante de uma obra, cujas informações técnicas não lhe foram passadas, ocorre uma troca de mensagens ao observá-la. Quando essa comunicação flui quase espontaneamente, percebe-se que a obra tem vida própria.
Uma vez autenticada como tal, uma obra de arte não precisa mais de quem a fez para continuar a sua existência. Existe mesmo longe do artista ou do local que ocupa. O registro fotográfico amplia sua divulgação para um número maior de pessoas durante um tempo maior. É a tecnologia interferindo no tempo e no espaço.
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