domingo, 11 de outubro de 2009
A arte como instrumento de integração de comunidades locais
sábado, 3 de outubro de 2009
A fotografia e a realidade
“A força da fotografia residiu bem na sua capacidade reprodutiva e espelhante”[1] (HUCHET, 2004, p.15).
Considerando-se que o surgimento da fotografia delimitou uma nova era nas práticas artísticas e, em especial, na pintura, pode-se falar que sua funcionalidade vem evoluindo e atendendo as necessidades de expressão dos profissionais e artistas. Inicialmente pensada para desempenhar uma função específica de registrar visualmente, em tempo real, o que vemos, a fotografia foi aos poucos incorporando as intenções do operador do aparelho e ultrapassando limites não pensados, mantendo suas características essenciais a sua existência.
A fotografia revela a realidade visual e conceitual do fotógrafo. A câmera é um aparelho conduzido e, propositalmente, fixado num ponto-chave que dê visibilidade há um conceito previamente pensado e consolidado numa imagem ou, pode ocorrer, também, a captura da imagem e, depois, a sua análise e enquadramento dentro de um conceito. Independente da ordem, a fotografia é a representação imagética de um pensamento concretizada num produto. O processo de captura da imagem é o diferencial no produto final. Tais ações consolidam o processo de fotografar como uma tentativa de capturar o real inatingível se considerarmos árdua a tarefa de relacionar o individual com o coletivo.
Se a realidade vai além do que vemos, a fotografia é incapaz de registrá-la, porém nos dá a sensação do real quando observamos as semelhanças com aquilo que concebemos como tal. Essa capacidade é explorada pelos artistas que, utilizando recursos tecnológicos, produzem obras mesclando o real e o imaginário. Assim, a fotografia desempenha uma função importante dentro do processo de construção do conceito de arte contemporânea.
“A fotografia é realidade trabalhada por um conjunto de processos simbólicos”[2]. De acordo com esta afirmação, uma imagem é a consolidação de ações previamente pensadas desde a escolha do aparelho até ao repertório do fotógrafo. O resultado desta ação permitirá diversas possibilidades de leituras, além de suscitar novas experimentações.
Quando a realidade é aprisionada numa imagem torna-se um símbolo do que está contido na sociedade que, por sua natureza fluida e dinâmica, não nos permite fazer uma análise do processo de transformação dos elementos que compõe a realidade que nos cerca.
O livro do Flusser, A filosofia da caixa preta, aborda a fotografia sob um prisma ainda não explorado neste curso. Contudo, para que suas teorias conseguissem penetrar num universo artístico do ato de fotografar, seria necessária uma vivência mais intensa na prática do uso do aparelho que justificasse melhor suas afirmações. A densidade do seu discurso teórico teria maior propriedade se tivesse como coadjuvante um produção equivalente.
[1] HUCHET, Stéphane Denis Albert René Philippe . TAL QUAL, A FOTOGRAFIA. In: Dos Santos, Maria Ivone; Santos, Alexandre. (Org.). A fotografia nos processos artísticos contemporâneos. Porto Alegre: Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Ed. da UFRGS, 2004 .
[2] Atílio Avancini: http://www.fotografiacontemporanea.com.br/v07/artigo.asp?artigoId=3366D2
Sandra Cinto: desenho contemporâneo e realidade
A artista Sandra Cinto traz para sua produção a desestruturação de conceitos formais, sobretudo aquele voltado para a busca das especificidades das linguagens. O ponto de encontro se dá na mente do artista. Ele compila as informações herdadas ou adquiridas para produzir uma obra que tenh sua própria identidade. O espaço expositor se insere na obra. O artista é quem conduz o pensamento para a realidade, o introduz na contemporaneidade e permite experimentações que conduzirão tanto ele como o espectador a desfrutar de um momento único.
sábado, 1 de agosto de 2009
A identidade da obra de arte
Cada obra é uma idéia única aprisionada numa técnica por um artista! Uma vez acabada, o que esta mais evidenciado: o criador ou a criatura? No instante que o artista a expõe, confere, de certa forma, uma autonomia a obra. Seu vínculo com ela passa a ser sua assinatura. Sua grandiosidade será dimensionada pela sua capacidade de interagir com o espectador. Nesse diálogo, a diversidade de olhares produzem interpretações diferenciadas do seu significado permanecendo, tecnicamente, a mesma composição.
Esse é um questionamento a cerca da possível identidade de uma obra de arte. Com ou sem título, ela vai se inserindo na história da arte como produto de um estilo ou de uma época. Se verificarmos o procedimento de estudo de um estilo, o objeto de partida é uma obra de arte. O artista é citado secundariamente. Isso fica bem evidente quando diante de uma obra, cujas informações técnicas não lhe foram passadas, ocorre uma troca de mensagens ao observá-la. Quando essa comunicação flui quase espontaneamente, percebe-se que a obra tem vida própria.
Uma vez autenticada como tal, uma obra de arte não precisa mais de quem a fez para continuar a sua existência. Existe mesmo longe do artista ou do local que ocupa. O registro fotográfico amplia sua divulgação para um número maior de pessoas durante um tempo maior. É a tecnologia interferindo no tempo e no espaço.